CORRESPONDÊNCIAS: Comitê Aleijadinho

Mariana 06 de outubro de 2009

Caríssimo Dr. Rui Mourão

D.D Diretor do nosso admirável Museu da Inconfidência de Ouro Preto.

Sempre que poss , visito esse precioso Museu na  busca de estudo e inspiração para o meu trabalho que objetiva resgatar ,numa releitura, o Barroco Mineiro, intocável há quase 200 anos. Esse Museu é fonte inesgotável  de material nesse sentido.

Num domingo em que estive o visitando surpreendi-me  com a descoberta de uma  pia esculpida pelo o Aleijadinho. Essa pequena peça em pedra sabão que retrata, magnificamente, a coroação de Nossa Senhora, no seu interior, chumbada na parede , lembra em tudo ,no desenho de sua moldura , a da pequena pia de água benta do Museu Arquidiocesano de Mariana. Basta conferir. Gostaria de sugerir que essa pequena peça e , também, a  de  Nossa Senhora da Piedade do mesmo Museu, fossem transportadas para a sala de o Aleijadinho. Essa Nossa Senhora da Piedade, a que me refiro , se encontra numa vitrine do referido Museu, não deixa dúvida da autoria do mestre e já recebeu um laudo,há tempos atrás do artista plástico e restaurador José Efigênio.Essa decisão  só viria a enriquecer ,ainda mais , a sala dedicada ao nosso maior artista plástico brasileiro, Antônio Francisco Lisboa

Aproveitando a oportunidade  gostaria de sugerir  descongestionar algumas salas que estão com excesso de peças feito as salas dos oratórios e do mobiliário, entre outras. Museu nenhum do mundo expõe todo seu acervo dessa forma amontoando peças. O acervo pode ser rotativo e não há necessidade de se mostrar tudo  ao mesmo tempo ,da forma que se apresenta.

Outra coisa que desejo comentar é o meu espanto ao  devolverem minha escultura de São Francisco Falando aos Pássaros com o argumento de  que a peça está cara. Essa questão de preço não compete ao Museu, que desconhece o mercado de arte ,ingerir. Ainda mais cobrando do artista comissão de 30% na venda das obras no sentido de quê.Me  desculpe ,mas isso foi extremamente deselegante por parte do Museu.

O Museu Arquidiocesano de Mariana, na pessoa de sua diretora Conceição, tem uma postura mais democrática e mais delicada quanto a isso reservando , dentro do próprio Museu, uma vitrine rotativa com exposições mensais de cada  artista de Mariana sem cobrar comissão e sem privilegiar ninguém.Exemplo este que deveria ser seguido pelo Museu de Ouro Preto. Afinal ,o quê  que custa ao Museu tomar uma atitude simpática desta? Promover o artista da terra é mais que dever das entidades culturais dos municípios. Isso é o mínimo que se poderia fazer pela classe que tanto difunde nossas cidades .

Cumprimentando, respeitosamente , deixo-lhe meu sincero abraço de estima e admiração.

Atenciosamente.

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Elias Layon

Mariana  22 de fevereiro de 2010

 

Prezado Dr. Rui Mourão

D.D  Diretor do Museu da Inconfidência de Ouro Preto.

 

Por favor, veja esses dois certificados de minha autoria com relação à duas interessantes obras de nosso maior artista plástico brasileiro , o Aleijadinho, e também um texto contestando  o livro O Aleijadinho e sua Oficina.

No caso dessa pequena imagem de Santa Rita, caso concorde com meu laudo, não seria interessante o Museu adquiri-la para o seu acervo? Creio que seria muito bom por tratar-se de  imagem de raridade impar  de o Aleijadinho ainda menino. Isso só viria enriquecer, ainda mais, a sala que o Museu possui em homenagem ao mestre

O Márcio Jardim viu a peça  e concorda com o  meu parecer, apenas divergindo quanto à idade  do mestre na  execução da obra.

Desculpe-me importuná-lo .

Abraços de estima e admiração.

 

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Elias Layon

 

www.eliaslayon.com.br

Mariana 22 de fevereiro de 2010

 

Caríssima Myriam Ribeiro.

 

Veja, por favor, esses dois certificados com relação à duas esculturas que reputo como  autoria de o Aleijadinho.

Quanto à Santa Rita, o Márcio Jardim concorda com meu parecer apenas divergindo no que se refere à data de execução.

Abraços de estima e admiração.

 

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Elias Layon

Mariana 13 de dezembro de 2010.

 

Caríssimo Dr. Renato Whitaker.

 

Márcio Jardim, meu amigo, deu-me o  último volume de sua preciosa coleção.Ficou melhor que o anterior.

Tomo a liberdade de enviar-lhe material  em que questiono algumas obras do polêmico livro O aleijadinho e sua oficina.

 

Cordial abraço.

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Layon

 

Site: www.eliaslayon.com.br

Mariana 5 de março de 2012

 

 

Estimado amigo Ângelo Oswaldo.

 

Cumprimentando-o com apreço  , estou  enviando-lhe cópias de minha correspondência, via emails,   ao Márcio Jardim e a resposta que ele me deu. Por favor ,veja e leia que ele é favorável ‘a minha idéia da  criação de uma Comissão Nacional, organizada pelo IPHAN, com a participação do IEPHA-MG e outras instituições no sentido de elucidarmos as obras de o Aleijadinho de forma definitiva. Pela resposta dele podemos seguir  em frente  na sua indicação ao IFHAN para a criação desse comitê. Não podemos adiar a formação dessa comissão. O mercado das obras do Aleijadinho está vergonhoso. Há pouco recebi um catálogo de um leilão no Rio onde havia duas obras desse catálogo vergonhosamente atribuídas ao Aleijadinho. Temos que evitar essa continuidade. A moralização das obras do Aleijadinho precisa partir de Minas e principalmente de Ouro Preto ,terra natal do mestre.

Conto com seu empenho  ,pois você  e  todos nós que admiramos e respeitamos a obra do Aleijadinho estamos altamente indignados com  o desfecho dessa lamentável situação.

Meu fraterno abraço de elevada admiração.

 

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Elias Layon

Ouro Preto 24 de janeiro de 2013

 

Excelentíssima Senhora Marta Suplicy

DD.Ministra da Cultura do Brasil.

 

Cumprimentando-a cordialmente, ouso, através desta carta-desabafo, manifestar a Vossa Excelência, lídima guardiã e defensora de nosso rico patrimônio artístico e cultural, a minha natural indignação com o crasso equívoco em que incorrem estudiosos da magnífica obra de nosso maior artista plástico brasileiro de todos os tempos: O ALEIJADINHO.

Meu justo motivo de desagravo prende-se aos mais recentes catálogos das obras do Aleijadinho, que vêm sendo publicados, nos últimos anos, o da Professora Myriam Ribeiro e o mais recente e mais controverso de todos, o do Historiador Márcio Jardim.

Por ironia, no dito catálogo do Sr. Márcio Jardim, de impressão impecável e rara beleza, figuram duas obras de minha autoria, sendo eu artista plástico vivo e não me chamando Aleijadinho. Convenhamos que o Aleijadinho não merece tal afronta, nem eu mereço semelhante glória! Para não dizer que mais de 100 obras figuradas no malfadado catálogo, não passam pelo crivo de um bom entendedor do Mestre Antônio Francisco Lisboa!

Não é preciso ser “expert” em Aleijadinho para detectar, no mencionado catálogo do Sr. Márcio Jardim, obras que nada têm a ver com o estilo e gênio do Mestre. Alastrou-se, em consequência dessa funesta atribuição, uma confusão geral que só poderá ser sanada através de um comitê a ser criado, com a indicação de nomes respeitáveis e conhecedores em profundidade do estilo Aleijadinho, para realizar uma análise séria, imparcial e definitiva das obras do Aleijadinho, a exemplo do que se fez com o comitê de julgamento das obras do pintor Franz Post.

Minha modesta sugestão e dramático apelo é que Vossa Excelência ajude-nos a resgatar em tão boa hora, a verdadeira identidade do Aleijadinho contra pseudo e escusos interesses, meramente comerciais, mobilizando, com o poder que detém em mãos, todos os meios e órgãos competentes para causa tão nobre.

Que Vossa Excelência não perca esta oportunidade ímpar e possa assumir, perante toda a Nação Brasileira, esta justa honra de “salvar” o nosso Aleijadinho, enquanto há tempo!

Aguardando de Vossa Excelência o apreço e a urgência que o assunto merece, subscrevo-me

 

Atenciosamente,

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Elias Layon

Mariana 12 de maio de 2003

 

 

 

Caríssimo amigo Jornalista Sérgio Rodrigo.

 

 

 

Estive com sua colega, nossa estimada conterrânea  Júnia  Almeida que me forneceu seu atual endereço.

Atendendo um  pedido seu  para quando tivesse algo novo venho,  através desta, apresentar-lhe o retrato de Aleijadinho que  esculpi, recentemente.

Não seria, agora, um momento oportuno para uma matéria desse retrato, inédito , ainda mais  que surge, recente , um  livro polêmico a respeito do mestre?

Modéstia à parte nunca se fez nada em escultura nesse sentido.

Há sempre muita curiosidade em saber como era, fisicamente, o Aleijadinho e correm muitas lendas a respeito de suas doenças . Felizmente hoje todas esclarecidas por aquele médico de Barbacena que fez a exumação dos restos mortais do Aleijadinho ,tendo mandado sua ossada para minuciosa análise na UNICAMP onde constataram ser o Aleijadinho portador de uma doença raríssima chamada Porfiria que provoca  lesões na pele quando essa entra em contato com os raios ultravioletas e antigamente confundida com lepra.

Essa escultura desse retrato foi exposta , semana passada,  na feira do Alfhaville  Lagoa dos Ingleses e foi vista com muito interesse por milhares de pessoas e ,também  pelo Ângelo Oswaldo e  Ângela Gutierrez.

Estou enviando em anexo fotos da obra e as fontes de pesquisa  em que me fundamentei para sua  execução.

 

Com estima ,considerações   e agradecimentos aguardo um contato seu nesse sentido. E , se possível,  o que seria ótimo, uma visita sua ao meu novo Atelier para um cafezinho.

 

 

 

 

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Layon

 

 

 

Meu email.  layon@feop.com.br

Brasília, 22 de abril de 2014.

 

Exmo. Sr. Coordenador das Promotorias do Patrimônio Cultural e Turístico do Estado de Minas Gerais,

Dr. Marcos Paulo de Souza Miranda,

 

Encaminho a V. Exa. e-mail que recebi do artista plástico, pintor e entalhador Elias Layon, residente em Mariana, MG, pelo qual ele exibe, em anexos, fotos de esculturas de sua autoria atribuídas pelo Sr. Marcelo Galvão, de Itu, SP, como sendo obras de Antônio Francisco Lisboa, Aleijadinho.

 

O Sr. Galvão realiza, no momento, exposição de “obras do Aleijadinho”, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, em Brasília, e já mostrou peças desse conjunto em evento similar no Museu do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, RJ.

 

A apresentação pública de obras falsas do Patrono da Arte no Brasil é um atentado ao patrimônio histórico e artístico de Minas Gerais, do Brasil e da humanidade (Ouro Preto e Congonhas foram distinguidas pela Unesco em virtude do Aleijadinho). O Sr. Márcio Jardim, por meio de laudos de atribuição, acaba por colaborar com a consagração dos equívocos.

 

Rogo a V. Exa. a atenção valioso do douro MP de Minas Gerais voltado para a salvaguarda do nosso patrimônio.

 

Atenciosamente,

 

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Presidente do Instituto Brasileiro de Museus

 

 

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Presidente do IBRAM

angelo.oswaldo@museus.gov.br

(61) 3521-4009/4002

Mariana 9 de maio de 2014

 

Exma. Sra. Jurema de Souza Machado

  1. Presidenta do Instituto Histórico e Artístico Nacional

 

Cumprimentando-a respeitosamente venho, através desta, manifestar todo o meu contentamento com seu pronunciamento na matéria de domingo publicada no jornal Estado de Minas em que a senhora anuncia a criação de um comitê nacional para elucidação definitiva e verdadeira de todas as obras do Aleijadinho.

É vergonhoso e inadmissível que o Patrono das Artes do Brasil possa ser aproveitado por vigaristas de maneira leviana,puramente financeira ,distorcendo a história sem o menor escrúpulo.

A criação de um museu Aleijadinho  em Itu com obras erroneamente atribuídas ao mestre é uma afronta ‘a cultura e ao povo brasileiro.

O anúncio dessa comissão é muito oportuno neste ano em que comemoramos os 200 anos de falecimento daquele que é , sem dúvida, o maior artista plástico brasileiro de todos os tempos.

Em anexo envio a Vossa Excelência cartas e pareceres de minha autoria   referentes aos últimos livros publicados sobre o Aleijadinho: o da prof. Myriam Ribeiro e o mais recente de Márcio Jardim.Quem sabe podem ajudar de alguma forma.

Envio a Vossa Excelência meu cordial apreço.

 

Atenciosamente.

 

Elias Layon

Excelentíssima Senhora Ana de Hollanda

DD.Ministra da Cultura do Brasil,

 

Cumprimentando-a cordialmente, ouso, através desta carta-desabafo, manifestar a Vossa Excelência, lídima guardiã e defensora de nosso rico patrimônio artístico e cultural, a minha natural indignação com o crasso equívoco em que incorrem estudiosos da magnífica obra de nosso maior artista plástico brasileiro de todos os tempos: O ALEIJADINHO.

 

Meu justo motivo de desagravo prende-se aos mais recentes catálogos das obras do Aleijadinho, que vêm sendo publicados, nos últimos anos, o da Professora Myriam Ribeiro e o mais recente e mais controverso de todos, o do Historiador Márcio Jardim.

 

Por ironia, no dito catálogo do Sr. Márcio Jardim, de impressão impecável e rara beleza, figuram duas obras de minha autoria, sendo eu artista plástico vivo e não me chamando Aleijadinho. Convenhamos que o Aleijadinho não merece tal afronta, nem eu mereço semelhante glória! Para não dizer que mais de 100 obras figuradas no malfadado catálogo, não passam pelo crivo de um bom entendedor do Mestre Antônio Francisco Lisboa!

 

Não é preciso ser “expert” em Aleijadinho para detectar, no mencionado catálogo do Sr. Márcio Jardim, obras que nada têm a ver com o estilo e gênio do Mestre. Alastrou-se, em consequência dessa funesta atribuição, uma confusão geral que só poderá ser sanada através de um comitê a ser criado, com a indicação de nomes respeitáveis e conhecedores em profundidade do estilo Aleijadinho, para realizar uma análise séria, imparcial e definitiva das obras do Aleijadinho, a exemplo do que se fez com o comitê de julgamento das obras do pintor Franz Post.

 

Minha modesta sugestão e dramático apelo é que Vossa Excelência ajude-nos a resgatar em tão boa hora, a verdadeira identidade do Aleijadinho contra pseudo e escusos interesses, meramente comerciais, mobilizando, com o poder que detém em mãos, todos os meios e órgãos competentes para causa tão nobre.

 

Que Vossa Excelência não perca esta oportunidade ímpar e possa assumir, perante toda a Nação Brasileira, esta justa honra de “salvar” o nosso Aleijadinho, enquanto há tempo!

 

Aguardando de Vossa Excelência o apreço e a urgência que o assunto merece, subscrevo-me

 

Atenciosamente,

 

Elias Layon

 

Site:www.eliaslayon.com.br

Ouro Preto…..

Exma.  Ministra da Cultura do Brasil

Sra. Ana de Hollanda.

Cumprimentando-a  respeitosamente venho através desta manifestar toda minha indignação para o que vem ocorrendo com a obra de  nosso maior artista plástico brasileiro de todos os tempos, o Aleijadinho.

Ante de entrar diretamente no  assunto gostaria de dizer que sou artista plástico há 50 anos tendo me dedicado exclusivamente à escultura e pintura. Minhas obras podem  ser vistas pelo site: wwww.eliaslayon.com.br

Desde menino estudo as obras de o Aleijadinho tendo recebido de seus trabalhos forte influência, sendo hoje considerado como um dos artistas mineiros que buscam resgatar os valores de estética do que foi  nosso barroco do século XVIII.

Meu assunto de indignação se refere quanto aos mais recentes catálogos das obras de o Aleijadinho que vem sendo publicados, nos últimos anos, o de Myriam Ribeiro e o mais recente de Márcio Jardim. Todos muito falhos quanto às atribuições de peças de autoria de o Aleijadinho. O mais recente, de Márcio Jardim, inclusive, tem duas de esculturas de minha autoria atribuídas ao mestre. Cópias que fiz afim de estudo e que foram envelhecidas, removida minha assinatura e hoje se passam como obras atribuídas ao Aleijadinho. Isso é lamentável e já coloquei o autor a par dessa questão. No livro de Márcio Jardim e co-autores  Catálogo Geral do Aleijadinho, onde aparecem mais de 200 obras em coleções particulares, identifiquei há somente 10% das obras verdadeiramente saída da mão do mestre.

Em anexo encaminho material que enviei a esses autores, referentes aos seus livros publicados.

Busquei aqui em Ouro Preto, junto ao prefeito da cidade Ângelo Oswaldo, criarmos um comitê de análise das obras do Aleijadinho. O Prefeito acha que isso deveria partir do IPHAN pois daria mais credibilidade ao assunto. Seria um comitê tal qual Bia e Pedro Corrêa do Lago e outros fizeram com frans Post. Analisar e discriminar todas as obras do mestre de forma profunda para depois publicar um livro  da obra geral do artista.

Não podemos  adiar mais esse assunto  de algo  extremamente  sério relativo  ao nosso maior artista brasileiro ,hoje totalmente  vulgarizado no  leilões  devido a falsas  atribuições, movidas por interesses e vaidades pessoais.

O  IPHAN poderia criar esse Comitê , inclusive com testes científicos de pigmentos , coisa que esses autores negligenciaram de forma errônea e ingênua. O  IPHAN poderá  contar com a ajuda do IEPHA  e outros entendidos na obra do mestre . Em Minas temos alguns muito sérios e competentes.

A Aleijadinho pertence à história e à cultura brasileira mais que nenhum outro artista. Portanto, creio ser extremamente relevante a intervenção do Ministério da Cultura nesse assunto, o mais breve possível, de forma a moralizar de forma definitiva a obra do Aleijadinho.

Depois que fizeram esse trabalho com Frans Post houve uma valorização internacional do artista nas casas de  mundiais de leilões, feito a Sotheby”s, Chirstie’s  e outras. Creio que se fizermos o mesmo como  o Aleijadinho ele poderia até, ser adquirido pelo Louvre onde, infelizmente , brasileiro  nenhum  ainda alçou.

 

Conto com a sensibilidade  e atenção de Vossa Excelência  ,nesse sentido, tendo a  certeza absoluta que será o mais valioso trabalho de valorização e respeito ao  nosso Antônio Francisco Lisboa , o Aleijadinho .

Atenciosamente.

 

Layon

Caríssima Myriam Ribeiro.

 

Boa noite.

 

Cumprimentando-a com a admiração de sempre tomo a liberdade para lhe enviar esses anexos com relação ao Catálogo Geral do Aleijadinho  de autoria de Márcio Jardim e co-autores.  Já   enviei o mesmo  ao Ângelo Oswaldo que me prometeu  pessoalmente ,antes de finalizar o seu mandato , sugerir ao IPHAN a formação desse urgentíssimo comitê.

Agradeço , desde já, o seu possível e valioso apoio na formação desse comitê sendo que é,na atualidade , umas das mais  competentes conhecedora da obra do mestre.

Abraço cordial e fraterno.

Layon

 

Caro amigo Márcio Jardim.

 

Obrigado novamente pelo magnífico exemplar do Catálogo Geral  de o Aleijadinho. O lançamento e o coquetel estavam esplendidos! Merece um lançamento em Minas.

Embora conteste muitas das obras  ali , o que acho normal, não posso deixar de parabenizar os autores pelo volume que é um passo gigante para o estudo de nosso maior artista plástico brasileiro.Nunca  ninguém ousou tamanha façanha. Ainda acho que , nesse sentido, deveríamos reunir vários estudiosos do mestre e formar um comitê com relação a análise das obras de Aleijadinho. Fazer o que se fez com Frans Post. Hoje existe um comitê  internacional com relação á obra desse artista , dois membros são brasileiros  o casal Bia e Pedro Corrêa do Lago. Outros  são de fora, inclusive um deles ,o Gordon ,é diretor da Sotheby’s em Londres.Aquilo que eles decidem a respeito de autoria  do artista fica sendo válido. Eles criaram o comitê e lançaram um catálogo geral da obra de Frans Post. Vale a pena adquirir o livro. Quem sabe não fazemos o mesmo mais adiante discriminando todas as obras de o Aleijadinho. Fica aqui a idéia.

Quero aproveitar o email para convidá-lo junto á sua distinta família para um café em nossa casa quando na oportunidade trará o livro de Petrus. Já existem interessados em comprar seu livro. Depois me fale onde  poderão fazê-lo.

 

Outra coisa, esqueci de dizer-lhe que identifiquei mais uma obra fora de série do Aleijadinho no Museu da Inconfidência: Trata-se de uma pia em pedra sabão com a Santíssima Trindade esculpida dentro do bloco. Essa lembra muito a  pia de água benta de Mariana em que está representado o Moisés com as tábuas da lei. Vele conferir. Está no piso térreo do Museu , embutida na parede da cozinha.Se quiser ver, podemos ir juntos.

Aguardo seu contato.

Meu abraço amigo.

Layon

Estimado  amigo Márcio Jardim.

 

Cumprimentando-o com respeito e admiração peço sua gentileza para expor minha opinião com relação ao Catálogo Geral do Aleijadinho . Desde o primeiro Catálogo, em desenho, de sua autoria apoiei sua iniciativa pioneira por achar que já estava passando da hora de se estudar todas as obras do Aleijadinho de forma justa e desinteressada como é o seu caso.Porém, por trás de sua boníssima , honesta e despretensiosa pessoa existem interesses escusos e financeiros em se documentar obras que não tem nada haver com o estilo Aleijadinho. Veja o caso de seu co-autor do livro ,Marcelo Coimbra, que possui umas 40 imagens atribuídas ao Aleijadinho, catalogadas no livro e apenas, segundo meu parecer, somente três são verdadeiramente do mestre. Eu fui ao lançamento do livro , vi todas ,e pude estudar cada uma delas separadamente. Marcelo Coimbra esteve em meu atelier e eu pude falar isso  pessoalmente a ele. Portanto não guardo segredos e nem receios de minha opinião. A você mesmo, ao agradecer o volume presenteado, disse que tinha ressalvas quanto á  algumas atribuições do seu Catálogo. Essas divergências são muito normais entre os estudiosos da obra de qualquer  mestre , no mundo da arte, e nem eu me julgo o sábio entendedor.Apenas acho que deveríamos nos unirmos  para criar um Comitê mais abrangente para analisar de forma profunda e correta a obra do Aleijadinho sem negligenciar a presença do IPHAN na análise  científica e química da policromia . Para um escultor habilidoso é muito fácil criar uma obra com todos os estilemas do Aleijadinho, porém no estudo químico isso é facilmente detectado.

O Aleijadinho , embora você argumente o contrário, na minha opinião fez pouquíssimas obras de cunho domiciliar pois estava envolvido em grandes empreitadas ,com frente de trabalho em vários lugares consecutivamente . Portanto tinha várias equipes ,além dos escravos pessoais, que lhe exigiam administração e um custo elevado de preço. Não era possível parar para criar obras menores e as que ele fez foram para atender um ou outro cliente especial.

No seu livro estão mais de 200 obras pertencentes a coleções particulares. Se o Aleijadinho tivesse  dedicado seus 84 anos de vida  somente a obras de formato menor isso seria realmente muito pouco, você tem razão,porém não foi isso que ocorreu em sua longa carreira. Somente Congonhas lhe custou uns 10 anos de dedicação.

Márcio, em anexo, tomo a  liberdade de enviar-lhe meu parecer com relação ‘as obras do Catálogo que julgo recusadas e ‘a obras que atribuo como questionáveis ,merecendo uma análise mais aprofundada. Dentre as obras recusadas existem duas de minha autoria, maliciosamente envelhecidas e atribuídas pelo livro ao Aleijadinho.

Peço imensas desculpas pela liberdade de me expressar quanto a isso. Porém , tenho certeza,  saberá me entender pois nosso objetivo maior é elucidar as obras do Aleijadinho sem o menor interesse financeiro no assunto, como é o caso de outros.

Atenciosamente envio-lhe me abraço de estima e considerações.

 

Layon

Caríssima Myriam Ribeiro

 

Prezada amiga.

 

Primeiramente, gostaria de cumprimentá-la e aos colegas co-autores pelo magnífico volume O Aleijadinho e sua Oficina que tive o cuidado e o prazer de ler e reler com muita atenção sendo que   sou artista plástico  pintor – escultor , estudioso das  obras  do Aleijadinho, desde menino . Estudei com Jair Inácio na Fundação de Arte de Ouro Preto. Pinto há quarenta e cinco anos e atualmente ,paralelo á pintura, venho esculpindo  há dez anos numa tentativa de  resgatar  os princípios básicos do que foi o nosso barroco mineiro,hoje mal compreendido  e pouco difundido.

Em segundo lugar peço permissão para questionar algumas atribuições desse ótimo livro pois , tenho certeza, todos nós temos em comum o  objetivo de contribuir, sem nos arvorarmos em  donos da verdade absoluta , para  elucidar a  autoria das obras do mestre Antonio Francisco Lisboa , respeitando toda e qualquer análise que vier pois o exame de  obras artísticas, de autorias desconhecidas , ainda dependem de  nosso estudo , sensibilidade e olhar clínico. Aliás, no que se concerne ‘a identificação de obras de o Aleijadinho, deveríamos formar uma grande equipe de conhecedores, de todo o Brasil, e submetermos todas as obras supostas desse artista ‘a perícia  desta equipe para elucidarmos, juntamente e definitivamente, aquilo que é, ou não é  de sua autoria..

Creio que, num futuro não muito distante, essa leitura poderá ser feita corretamente através de uma tecnologia científica avançada, sem  margem nenhuma de erro, bastando ter  como referência  apenas uma peça comprovada do autor. Seria uma espécie de DNA de autoria fundamentado, inclusive, nas ferramentas usadas pelo artista, através dos sulcos deixados na escultura, que infelizmente, até hoje, ainda não foram considerados pelos peritos.

 

No entanto, se isso ainda não é possível, peço permissão para apresentar a minha análise e  o meu questionamento de algumas obras publicadas nesse livro.

Caro amigo Layon.

Recebi com o maior prazer a sua carta contendo os questionamentos acerca da autoria do Aleijadinho na maior parte das peças do meu catálogo último. Respeito sua opinião, mas não concordo com ela, como é natural. A sua dúvida, especialmente quanto à autoria do Aleijadinho, é a mesma que venho encontrando há mais de trinta anos, desde que comecei a procurar as coleções particulares, coisa que ninguém fez antes de mim, isso em 1981. Antes, ninguém o havia feito; e até hoje, nenhum outro pesquisador teve também a  coragem e a disposição para viajar e vê-las pessoalmente. Não estranho suas dúvidas; várias pessoas têm-me apresentado as mesmas opiniões, algumas com incrível violência, acredite. Há pouco tempo, em Ouro Preto, no lançamento de um livro da minha amiga Francelina Ibrahim sobre os cem anos do bicentenário de Ouro Preto, um professor aposentado, de largo prestígio em Minas Gerais, disse-me face a face, eu com a minha filha de 27 anos ao meu lado, que eu devia fazer o favor a Minas de parar de publicar livros. A Revista Veja insinuou que sou um falsário. Uma professora de Ouro Preto, como consta do livro de Leandro Narloch (Guia politicamente incorreto da História do Brasil) insinuou que tenho conluio com os colecionadores. Professores da UFMG se recusam a falar comigo ou mesmo citar os meus livros. Veja o que tenho agüentado. A sua pessoa merece de mim o mais elevado respeito, porque você age com sinceridade. Desde já apoio incondicionalmente sua idéia de se criar uma Comissão nacional, organizada pelo IPHAN, com a participação do IEPHA-MG e outras instituições, para se fazer a relação oficial, o que, aliás, já foi feito pelo IPHAN em 1951. Quanto às suas observações, vou pedir-lhe um tempo, porque pretendo escrever com mais ponderação as respostas que entendo devo dar-lhe acerca de sua tese, tão bem apresentada na sua carta, que, repito, recebi com a maior satisfação e respeito , vindo de uma pessoa honesta como você. Em breve, responderei cada uma das suas ponderações. Obrigado, novamente, e até breve.

Márcio Jardim.